Transtorno de Burnout: saiba mais sobre a doença

Síndrome do esgotamento profissional

O Transtorno de Burnout (conhecido como síndrome de Burnout) é um distúrbio emocional causado por exaustão extrema e estresse crônico provocados pelo ambiente de trabalho, conforme já tratamos nesse post sobre suas causas e efeitos. 

Atualmente, o burnout não se restringe somente a profissionais da saúde, professores e policiais, como era há alguns anos, mas antes mesmo da pandemia já podíamos notar um aumento de casos de burnout em ambientes corporativos. 

O debate sobre esse transtorno se faz cada vez mais necessário, pois ele atinge milhares de pessoas no mundo inteiro.

Burnout: uma doença ocupacional
Transtorno de Burnout: uma doença ocupacional

Quais são as causas e sintomas do burnout?

O Brasil ocupa o segundo lugar no ranking dos países que mais sofrem com o transtorno de Burnout conforme publicado pelo International Stress Management Association (Associação Internacional do Controle do Estresse). 

Porém, em um país com uma taxa de desemprego que atinge 11,9 milhões de brasileiros, segundo o IBGE, é uma tarefa complicada, pois se de um lado existe uma situação de extremo estresse, o outro lado pode significar não estar empregado. 

E uma das causas do transtorno de Burnout também é o medo do desemprego.

Sendo assim, são sentimentos conflitantes por parte do empregado, que entende que o ambiente do trabalho está sendo nocivo, ao mesmo tempo em que tem medo de perder o emprego. 

Em uma entrevista para o podcast Entrementes, do portal Drauzio Varella, a psicóloga Silvia Cury Ismael, gerente de serviço de Psicologia do Hospital do Coração (HCor- SP), classificou o burnout em quatro fases, sendo elas: 

  1. Alerta: o trabalhador percebe que está estressado, mas sente que é possível contornar a situação 
  2. Resistência: a pessoa compreende os eventos que desencadeiam períodos de estresse, mas ainda possui recursos internos para lidar  
  3. Pré-exaustão: fase aguda dos sintomas 
  4. Exaustão: esgotamento completo dos recursos internos, emocionais e racionais. 

Na última fase, o cérebro atinge seu limite e paralisa diante de situações, e existem relatos de pessoas que sofrem até mesmo de apagões nesses momentos.

O cérebro parece parar de responder e “pifa”. 
Você sabe identificar aos sinais do burnout?
Você sabe identificar aos sinais do burnout?

Além disso, ela relatou a existência de um novo fenômeno, que acontece no mundo inteiro e é chamado de “fadiga por compaixão”. 

Nessa situação, o empregado se sente extremamente ligado ao seu trabalho, é muito exigente consigo mesmo e deseja demonstrar que é um bom funcionário, que se esquece dos seus limites e abandona a si mesmo. 

Podemos notar esse comportamento em locais de muita competitividade e de lideranças tóxicas, em que não existe um acompanhamento da rotina dos funcionários e o RH não sabe ao certo se o ambiente é propício para o bem-estar dos funcionários. 

Existem ainda alguns casos em que a cultura da empresa precisa ser reavaliada, pois é ela que dá margem para que esses comportamentos continuem e sejam endossados. 

Ou seja, existem ambientes profissionais em que é comum trabalhar com muita pressão, competividade, prazos curtos e altas demandas e não há qualquer alusão de práticas mais saudáveis.

Então, nesses ambientes, entram e saem funcionários da empresa e a conduta continua a mesma. 

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O que o departamento de Recursos Humanos deve fazer? 

Primeiro, é importante que a empresa tenha uma cultura de conscientização, pois se o transtorno de Burnoutl é uma doença ocupacional, é importante que a organização esteja preparada para lidar com essa situação, caso ela venha a aparecer. 

Em uma pesquisa realizada pela Mindsight, 83% dos entrevistados disseram que a empresa em que trabalham ou trabalharam não possuem ações voltadas para o combate do transtorno de Burnout, conforme gráfico a seguir: 

Pesquisa Mindsight – Ações para combater o transtorno de Burnout

 

Em contrapartida, 87% das pessoas disseram que gostariam que a empresa disponibilizasse um serviço para acompanhamento psicológico para os funcionários. 

Com isso, concluímos que existe a preocupação dos trabalhadores de encontrar suporte dentro daquele ambiente e esse não é um número que podemos ignorar. 

A empresa precisa influencer os funcionários a encontrem o equilíbrio entre vida pessoal e profissional, mas também fazer um acompanhamento para verificar se todos os setores e lideranças estão seguindo com o recomendado. 

Se formos considerar o modelo híbrido de trabalho, alguns funcionários podem encontrar ainda mais dificuldade de saber separar as duas coisas, pois é possível que eles se percam na rotina por falta de organização, de imposição de limites e horários. 

Além disso, é preciso que todos da empresa estejam cientes que devemos respeitar a carga horária diária e horários após o expediente, que devem ser utilizados sempre para descanso e lazer. 

transtorno de Burnout
Saiba identificar os sintomas do esgotamento

O primeiro passo para que os funcionários não desenvolvam esse transtorno é estabelecer limites entre esses dois âmbitos da vida, pois a vida profissional depende da pessoal e vice-versa. 

Pelo debate recente, as pessoas têm compreendido que sem saúde emocional, é impossível seguir com a profissional, e elas têm demonstrado que vão priorizar o bem-estar acima da vida corporativa. 

E as empresas devem encorajar essa atitude, pois no final das contas, funcionários saudáveis e satisfeitos com seus empregos tem menos chances de saírem de seus empregos, seja por burnout ou outras questões. 

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