Em 2020 tivemos mudanças permanentes no modo como trabalhamos. Fomos do presencial ao remoto e agora, nos últimos meses de 2021, estamos prestes a passar por outra grande transformação.
O modelo híbrido de trabalho é a tendência do futuro. Alguns continuarão em casa, outros vão retornar para o escritório. Muitos buscam carreiras internacionais e 41% da força de trabalho global está disposta a trocar de emprego. Os desafios são muitos, mas as oportunidades também.
Segundo o Microsoft 2021 Work Trend Index, o “Manual de tendência de trabalho anual da Microsoft”, existem 7 tendências urgentes que todo líder precisa saber ainda este ano:
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Flexibilização do trabalho é uma realidade
Segundo uma pesquisa realizada pela própria Microsoft, 73% dos entrevistados querem opções mais flexíveis de trabalho remoto; ao mesmo tempo, em que 67% sente falta de mais encontros pessoais com seus times.
A cada três líderes de negócio entrevistados, dois consideram ou já estão investindo em remodelagens de escritórios para acomodar melhor a equipe em um modelo híbrido.
Funcionários querem ter o controle de onde, quando e como eles trabalham, e esperam que as empresas disponibilizem essas opções. Uma mudança tão grande causa um impacto imediato na cultura organizacional e cria um novo desafio para captação de talentos.
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Líderes precisam se conectar com a equipe
Apesar de o cenário caótico, que ainda estamos vivendo, 61% dos líderes de equipe disseram estar prosperando em sua vida profissional e pessoal. Em contrapartida, apenas 38% dos membros de equipe responderam com a mesma afirmação, um número 23% menor.
Em sua maioria, os que relataram estarem um momento positivo de sua carreira, são majoritariamente, homens, Millennials ou da Geração X, na área de dados e com muitos anos de carreira.
Enquanto isso, a Geração Z, mulheres e trabalhadores da linha frente novos em suas carreiras apresentaram grandes dificuldades em 2020.
Trabalhadores se sentem desconectados de sua empresa. 37% da força de trabalho global está descontente com a quantidade de trabalho exigida em um momento tão sensível como na pandemia de Covid.
Agora, mais do que nunca, é o momento de as lideranças terem empatia com os desafios travados, mas muitos ainda parecem estar desvinculados das necessidades de suas equipes.
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Elogios a produtividade mascaram uma equipe exausta
A cada time elogiado por ter mantido ou até mesmo aumentado a produtividade em meio a pandemia, existe um sério problema de exaustão e sobrecarga.
Um em cada cinco entrevistados afirmou que seus empregadores não estão preocupados com o balanço de suas vidas sociais e o trabalho. Além disso, 54% afirmou estar com sobrecarga de trabalho e 39% está passando por exaustão.
As equipes estão cansadas e alguns dados divulgados pela Microsoft, comparando fevereiro de 2020 com fevereiro de 2021, ajudam a explicar:
- O tempo gasto em reuniões do Microsoft Teams aumentou 2,5x e a duração média das reuniões aumentaram dez minutos, de 35 para 45.
- 62% das chamadas no Teams não são marcadas com antecedência ou acontecem sem qualquer tipo de aviso.
- Os usuários do Teams também estão enviando 45% mais mensagens via chat por semana e 42% enviam chats após o expediente.
- O número de documentos criados no Office aumentou em 66%.
Em tempos de setembro amarelo é necessário lembrar que o burnout é uma realidade. Uma equipe que teve que se esforçar para manter a produtividade em meio a tantas incertezas está sofrendo com o aumento da carga de trabalho. Por isso, muitos estão descontentes e buscando novas oportunidades.
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A Geração Z precisa de ajuda
60% dos entrevistados entre 18 e 25 anos afirmou estar sofrendo em meio a pandemia. Em sua maioria, eles estão em estágios iniciais de suas carreiras e são solteiros.
Somando os dois fatores, muitos sentem falta de motivação para trabalhar, sofrem um maior impacto do isolamento social e com a falta de dinheiro para criarem ambientes confortáveis de trabalho em suas casas.
Gerações mais jovens têm um papel fundamental ao apresentarem ideais disruptivas e questionarem o padrão. Mas com uma juventude tão cansada, cujas primeiras experiências profissionais são completamente remotas, urge a necessidade de uma maior atenção das lideranças para os auxiliarem nessa transição para o modelo híbrido e em aumentar sua motivação.
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Isolamento prejudica a inovação
Não é só na vida pessoal em que sentimos os efeitos do isolamento social. Com uma rotina profissional mais pesada, as empresas se fecharam em suas equipes para resolver suas questões internas, enquanto as relações entre empresas, e até entre equipes, diminuíram.
O Teams ajuda a explicar o fenômeno novamente. Entre abril de 2020 e fevereiro de 2021, o número de posts em canais abertos caiu 5%. Enquanto isso, o número de conversas em grupos menores e chats aumentou em incríveis 87%.
Utilizamos os meios digitais para suprir nossas interações pessoais mais próximas e com a falta de tempo, nós deixamos de nos comunicar com as pessoas mais distantes, seja na vida pessoal ou profissional.
Dados de empresas que já estão em modelos híbridos na Nova Zelândia mostram que as relações profissionais evoluíram bastante em comparação ao modelo completamente remoto.
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Autenticidade é fundamental
Com a explosão de estresse em meio a tantas incertezas e negatividade, o ambiente de trabalho se tornou mais humano. Um em cada seis entrevistados relatou ter chorado com algum colega de equipe em 2020. Em resumo, estamos mais humanos.
Relações mais genuínas, com franqueza e transparência, são essenciais para um ambiente de trabalho mais confortável, e isso estimula não só o bem-estar de todos os envolvidos, mas também a produtividade.
Conhecer de maneira mais sensível às pessoas ao seu redor aumenta a confiança, e toda a equipe se sente à vontade para apresentar novas ideias e apoiar aqueles que estão com dificuldade.
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O talento está em todo o planeta
Talvez uma das perspectivas mais excitantes desde novo modelo híbrido de trabalho seja a oportunidade de contar com pessoas de todo o globo. Oportunidades remotas aumentaram 5x em 2020, e muitas empresas parecem estar empolgadas em manter as contratações mesmo com a volta ao escritório físico.
46% dos entrevistados, em sua maioria mulheres da Geração Z, buscam se mudar para outras cidades e sustentar o modelo remoto de trabalho em vez de adotarem o modelo híbrido.
O papel do RH no novo panorama global
Com tantas incertezas em meio a oportunidades, as pessoas estão buscando novas perspectivas. Segundo dados do Glint, entre 2019 e 2020, cerca de 70% das pessoas estão buscando mudar de emprego até 2022. É um número bastante elevado.
Neste cenário, promover a cultura de modo que todos se sintam confortáveis para desempenhar o seu papel, promover novas ideias e evoluir dentro da empresa é fundamental. E o segredo está na flexibilização.
Investir em novos espaços e tecnologias que unam o escritório àqueles que estão trabalhando de forma remota são algumas das primeiras medidas que devem ser tomadas para evitar a exaustão digital e aumentar a qualidade de vida de todos os envolvidos.
Precisamos entender e identificar com dados as dificuldades de cada membro da equipe, desde o processo de seleção até a projeção e evolução de carreira.
Apenas um RH moderno, embasado e empático é capaz de mudar a perspectiva de uma juventude desestimulada e trabalhadores exaustos.