Demissão silenciosa é a tradução literal para “quiet quitting”, um termo que se popularizou na rede social TikTok, quando Zaid Kahn postou um vídeo relatando a sua relação com o seu emprego atual.
No vídeo, ele conta que não está desistindo (ou pedindo demissão) do seu trabalho, mas está renunciando à ideia de fazer além do que o seu cargo exige. Com o intuito de colocar sua saúde mental e vida pessoal a frente do trabalho, ele realiza suas tarefas cotidianamente, mas entendendo que a vida não se resume ao trabalho.
O vídeo se popularizou no mundo inteiro e atualmente conta com mais de 4 milhões de visualizações. Você pode conferir o vídeo do Zaid aqui . Não demorou para que outras pessoas passassem a relatar o mesmo sentimento e os jornais noticiarem essa conduta dos trabalhadores.
Muito se falou sobre a demissão silenciosa, mas você já notou esse comportamento na sua empresa? Acompanhe a leitura e saiba como lidar com a situação.
Como surgiu a demissão silenciosa?

Antes de nos aprofundarmos no assunto, é importante mencionar que apesar do termo ter se popularizado após o vídeo de Zaid, esse comportamento não é exclusivo dessa época atual.
Afinal de contas, estamos falando de engajamento e falta de motivação dos funcionários.
Ter funcionários desengajados não é novidade para nenhum líder ou time de gestão de pessoas, que há muito tempo lidam e tentam contornar esse tipo de situação.
Porém, movimentos como a great resignation, por exemplo, trouxeram mais vida a esse tipo de discurso, pois a pandemia de COVID-19 trouxe muitas reflexões acerca da vida profissional e pessoal.
Empresas que não se adaptam as novas tendências de mercado podem vir a enfrentar essas situações com mais dificuldade daquelas que estão atentas às novas mudanças após a great reshuffle.
Os millenials, atualmente correspondem a 34% da população brasileira, sendo 50% da força de trabalho no mercado atual. A previsão é que até 2030, eles ocupem 70% dos postos de trabalho.
Sendo assim, é preciso olhar com muita atenção e cautela para as demandas desse público, que são o futuro da força empregadora.
Por isso é importante frisar: as empresas devem e precisam ter atenção nas solicitações desses trabalhadores ou então enfrentarão dificuldades no futuro em correr contra o tempo perdido.
Ou ainda poderão perder talentos para o mercado, já que os funcionários buscarão por outras empresas que atendam seus desejos de conciliar vida profissional e pessoal.
Confira nosso episódio do People Now em que abordamos o tema!
Como a demissão silenciosa se manifesta do dia a dia?

Como mencionado por Zaid no vídeo, o trabalhador passa a realizar apenas as tarefas que são pertinentes ao seu cargo, mas não com o intuito de ser demitido por isso.
O funcionário passa a ter a consciência de que a sua vida pessoal está acima da profissional e por isso, passar do horário, realizar muito mais do que é o necessário, ao ponto de atrapalhar a sua vida pessoal, não é mais aceitável.
A definição desses limites não acontece entre empregado e empregador, mas sim, é a postura do funcionário que muda, a fim de preservar sua saúde mental.
Ainda mais se formos considerar o contexto dos últimos anos, em que muitas pessoas sofreram com a síndrome de burnout, justamente por conta da não separação do pessoal e profissional.
Tanto que o transtorno passou a ser considerado uma doença ocupacional pela Organização Mundial da Saúde (OMS), ou seja, oriunda do ambiente profissional.
Portanto, cabe a empresa alertar seus funcionários e ficar atenta aos sinais se algum funcionário estiver apresentando os sintomas do transtorno.
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Devemos ficar atento também ao clima organizacional, que pode contar muito para que o engajamento dos funcionários esteja abaixo do esperado, afinal, não existe satisfação profissional se o ambiente está em desarmonia.
Alguns fatores podem alterar o clima, entre eles, o fit cultural, pois funcionários que não estão alinhados com a cultura da empresa, desestabilizam o clima, o que pode acabar sendo percebido e principalmente, sentido pelos demais.
Remuneração é um fator decisivo na demissão silenciosa

Outro ponto importante e que deve ser levado em consideração é a remuneração dos funcionários. É um ponto polêmico, mas é preciso verificar se existem cargos com as mesmas funções e com diferença salarial, pois isso pode pesar para o funcionário.
Afinal, ele pode se sentir injustiçado de receber menos que outro empregado, que tem as mesmas funções, nesse caso, é preciso fazer uma equiparação salarial.
Ainda existem casos em que o funcionário tem acúmulo de funções, quando não é remunerado dessa forma, acabando por ficar desmotivado dentro da empresa.
Por isso é que nesse momento, a demissão silenciosa parece ser uma alternativa cabível, pois o funcionário passa a realizar apenas as tarefas para as quais foi designado.
Nesses casos, é preciso fazer uma análise justa dos salários e cargos dos funcionários e verificar se existe algum caso de defasagem de salários.
Do contrário, esse trabalhador continuará realizando suas tarefas dentro do seu escopo, tomado pelo sentimento da demissão silenciosa e é possível que dentro de algum tempo, ocasione em turnover.
Confira o vídeo da BBC News em que eles abordaram por que a demissão silenciosa pode ser benéfica para trabalhadores e empresas.
Infraestrutura e condições de trabalho

É impossível dizer que a infraestrutura e condições de trabalho não afetem o nível de satisfação dos funcionários, pois afeta.
Oferecer para o trabalhador um equipamento que não funciona da maneira esperada, não dar boas condições para que seu trabalho seja realizado da melhor forma e não ter uma boa infraestrutura para acolher o time pesa para os empregados.
Com o tempo, eles podem se sentir deixados de lado, desdenhados e irritados com a situação, pois não se veem como parte do time, por não conseguirem apoio ou mudanças dessas situações que atrapalhem o seu dia a dia e a conclusão do seu trabalho.
Ofertar um bom equipamento e boas condições físicas de trabalho também contribui para o engajamento dos funcionários. Reveja isso na sua empresa!
Como o RH pode lidar com a demissão silenciosa?

Uma vez que o time de gestão de pessoas identifica que possuem funcionários nessa situação, pode-se aplicar uma pesquisa de clima.
Através dessas respostas, avaliando as áreas, funções e clima organizacional, é possível obter insights para melhora da satisfação do seu capital humano.
Além disso, o RH deve ficar atento também aos líderes e analisar se existe um bom gerenciamento e liderança de pessoas, se a equipe está em sintomia e acompanhar essas melhorias.
A liderança também pode contribuir com a mudança positiva dentro do setor, ao realizar feedbacks frequentes, que irão ajudar líderes e liderados com as tarefas e questões do dia a vida.
E para todas essas mudanças, é possível contar com um sistema integrado e inteligente, que pode auxiliar o RH em cada uma dessas etapas.
Um sistema voltado para a gestão de pessoas que vai te alertar e identificar sinais de funcionários que estão desmotivados no ambiente profissional.
A Mindsight conta com um software de Pesquisa e Engajamento, em que é possível realizar pesquisas de clima, eNPS e pesquisa de liderança, que podem te alertar sobre esses pontos.
Por meio de uma pesquisa de clima, você pode obter informações sobre o ambiente e realizar ações para um bom clima, de acordo com o que a empresa acredita e prega.
Agende hoje uma conversa com um dos nossos especialistas e saiba o que o nosso sistema de engajamento pode fazer por você e seus funcionários!