Great Resignation: O que é?
Great Resignation ou “A Grande Demissão” em tradução literal, diz respeito ao grande número de funcionários pedindo demissão nesses últimos dois anos, principalmente nos Estados Unidos. Entenda mais sobre o fenômeno!
Os números da Great Resignation
No “Microsoft 2021 Work Trend Index”, índice sobre as condições de trabalho em todo o mundo, foi constatado que mais de 40% da força de trabalho global está considerando pedir demissão nos próximos anos.
Mensalmente, o Bureau of Labor Statistics publica o relatório Jobs Openings and Labor Turnover, que detalha os números de aberturas de novas vagas, contratações de demissões nos Estados Unidos.
No relatório de março de 2021, foi possível observar que a taxa de demissão foi mais alta nos setores de hospedagem e serviços de alimentação (cerca de 63 mil pedidos) e comunicação (cerca de 16 mil), o que indica que profissionais dessas áreas estão em busca de melhores condições de trabalho e garantias trabalhistas.
De acordo com o Departamento de Trabalho do governo dos EUA, em abril de 2021, mais de 4 milhões de americanos pediram demissão. Esses índices se repetiram durante todo o ano de 2021, com milhares de pessoas saindo seus postos de trabalho.
Algumas dessas demissões ganharam até mesmo vídeos para as redes sociais, com as filmagens do momento da renúncia, fazendo parte de um movimento social relacionado com o fenômeno de demissão em massa.
O movimento da great resignation ganhou tanta força e apoio, que a hastag #quittingmyjob conta com mais de 114 milhões de visualizações no TikTok, uma plataforma de compartilhamento de vídeos que também ganhou muita visibilidade durante a pandemia.
Apesar da great resignation ter ganhado força no último ano, não podemos atribuir esse comportamento como um efeito da pandemia, pois essas demissões voluntárias já eram notadas há pouco mais de uma década nos EUA.
A great resignation, que já impactou milhares de pessoas nos EUA após a pandemia da Covid-19, também começou a tomar conta do mercado brasileiro, tendo em vista o grande número de pedidos de demissão registrados nos últimos meses.
Aqui no Brasil, de acordo com a pesquisa realizada pelo Lagom Data, mensalmente, mais de 500 mil pessoas renunciaram aos seus empregos em 2021. É um número muito expressivo se formos levar em consideração o cenário atual do Brasil.
Boa parte dos funcionários estão pedindo suas demissões, não sendo possível sacar o Fundo de garantia por tempo de serviço (FGTS), ou seja, estão preferindo abrir mão de receber valores devidos a permanecer em um ambiente que já não o satisfazem.
Ainda existem os funcionários que fizeram acordos com as empresas, em conformidade com a Reforma Trabalhista de 2017, mas que ainda assim, decidiram pela rescisão de contrato ao invés de permanecerem em seus empregos.
Durante esse período, muitas pessoas decidiram também abrir seus próprios negócios, tornando-se empreendedores, o que também pode contribuir para aumento significativo de pedidos de demissão.
Confira o nosso episódio do People Now em que falamos sobre a Great Resignation no Brasil!
Quais as causas da Great Resignation?
Embora não tenhamos acesso aos motivos pessoais que levam cada indivíduo a pedir demissão, podemos ter uma ideia das razões com base em algumas discussões atuais.
O mesmo estudo da Microsoft mostrou que um em cada cinco entrevistados diz que seus chefes não se importavam com a saúde mental dos funcionários e não propunham limites saudáveis entre vida pessoal e profissional.
Como resultado, muitos deles se viram emocionalmente esgotados e constataram que falta sensibilidade das empresas em perceber que a alta produtividade dos seus funcionários passou a ser nociva, levando-os à exaustão.
Outro ponto que vale a pena ser mencionado é o retorno ao trabalho presencial, já que segundo a pesquisa “Redefinindo os modelos de trabalho na América Latina”, realizada pela WeWork, 81% dos entrevistados demonstraram ter interesse em permanecer no regime híbrido de trabalho.
Essa mesma pesquisa mostra que 14% dos entrevistados desejam o trabalho 100% remoto, enquanto apenas 5% demonstram interesse no retorno das atividades presenciais no cenário pós-pandemia.
Esses números provam que as empresas precisam modificar suas políticas, pois do contrário, as chances de perderem talentos são grandes.
Além da manutenção do modelo híbrido, o mercado pede por melhores condições de trabalho, valorizando um ambiente saudável, já que a Síndrome de Burnout acometeu inúmeras pessoas nos últimos anos.
Essa procura por novos empregos pouco tem a ver com melhores salários ou benefícios, ainda que esses fatores também sejam sempre levados em conta, mas a busca por novos desafios profissionais e objetivos é o que acaba pesando mais na escolha desses profissionais.
As pessoas passaram a buscar empregos em que consigam se desenvolver mais, por isso buscam trabalhos em que sejam intelectualmente estimulados e com chances de crescimento profissional.
Existem muitos fatores para serem levados em consideração no trabalho presencial, como estar ao lado dos seus colegas, as conversas no corredor, a pausa para o café, tudo o que torna um ambiente harmonioso e de colaboração. E tudo isso é perdido quando falamos do trabalho remoto.
Então, ao serem retirados de seus ambientes físicos de trabalho, esses profissionais se viram cercados apenas por suas tarefas propriamente ditas e sem esses estímulos sociais, perceberam a necessidade de darem um passo a mais em suas carreiras.
A situação em que o mundo se viu durante a pandemia, fez com que todos se perguntassem sobre seus propósitos de vida e quando as condições sociais começaram a melhorar com a vacinação, foi chegada a hora da decisão.
Tudo isso tem como finalidade uma melhor qualidade de vida, pois durante o período de isolamento as pessoas experimentaram outro tipo de controle de suas vidas que antes eram ofuscadas pelo trânsito, estresse e a pressa do dia a dia.
Todos passaram a buscar melhorias nos hábitos profissionais, porque agora com suas prioridades revistas, não faz mais sentido voltar para a mesma vida de antes. A rotina que antes parecia um malabarismo entre vida profissional, pessoal e lazer, passou a ser mais equilibrada e não pesando em apenas um lado da balança.
E agora, sabendo de todos esses pontos, existe uma forma de impedir que a great resignation aconteça em sua organização?
Como contornar a Great Resignation?
Antes da decisão de rompimento de contrato, considerando o início da jornada do funcionário na empresa, é importante que a sua contratação também tenha sido efetiva, de modo que a pessoa possua alinhamento com a cultura organizacional.
Deste modo, não haverá quebra de expectativa do funcionário com a empresa e vice-versa. Contratar talentos com o perfil da empresa é o primeiro passo para que o decorrer de sua jornada seja positiva.
Porém, mesmo com a cultura alinhada, ainda é possível que em algum momento, haja desencontro de interesses por parte do funcionário e ele passe a se sentir desmotivado com o trabalho desempenhado ou com a empresa.
Pensando nisso, já falamos aqui como a liderança influencia no desenvolvimento da equipe, e como os líderes também precisam se atualizar com as tendências, a fim de alcançar melhores resultados individuais e coletivos.
De todo modo, é preciso que a cultura organizacional esteja preocupada em definir limites entre vida profissional e pessoal, para que a empresa não se transforme em um ambiente tóxico para nenhum funcionário, independente do cargo que ele ocupa.
Investir na capacitação e aprimoramento dos seus funcionários também é um passo importante, que não só aumentará os resultados da empresa, como mostrará que ela acredita e aposta no seu potencial.
Como falamos acima, os funcionários querem se sentir estimulados, úteis e contribuir com o futuro da organização, sabendo que terão oportunidades de crescimento ali dentro.
Empregar um plano de desenvolvimento individual (PDI) para traçarem objetivos benéficos para organização e seus funcionários, também auxiliará na retenção de talentos, ajudando todos a saber quais serão os seus próximos passos.
Caso você tenha notado que sua organização pode ter alguns dos alertas da great resignation citados, trace uma estratégia para lidar os principais indícios que podem levar profissionais a pedirem demissão.
Utilizando softwares inteligentes na gestão de pessoas, será mais fácil identificar padrões e indicadores de insatisfação profissional, diminuindo a rotatividade dos seus funcionários e contribuindo para que a empresa mantenha seu nível de excelência.
Por isso, te convidamos a conhecer o Cognitive HR! Um software preditivo que te ajudará nas decisões e estratégias de gente, facilitando a comunicação e as tomadas de decisão do time de RH.
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