O turnover contagiante ou rotatividade contagiante acontece quando funcionários começam a deixar seus cargos na empresa ao mesmo tempo ou em um curto espaço de tempo, após a saída de um colega de trabalho próximo.
O fenômeno tem se espalhado ao redor do mundo, principalmente após a grande renúncia (great resignation), em que muitas pessoas saíram de seus empregos, independente de outra oportunidade em vista, porque estavam em buscas de novos propósitos.
Além disso, a grande reorganização (great reshuffle) também foi outro evento percebido nesse meio tempo, pois as empresas se viram em uma posição em que precisavam se adaptar a esse novo mercado de trabalho.
Tendo em vista essas mudanças de empregos e de rotinas empresariais, aqueles que viram seus colegas pedindo demissão, foram tomados por sentimentos de medo ou compatibilidade com a situação.
Uma pesquisa realizada pelo LinkedIn atestou que 59% dos entrevistados sairiam de seus empregos caso um colega pedisse demissão.
Ver um colega sair motiva outros a criarem coragem, caso exista esse desejo, ou então deixa o funcionário inseguro ao ponto de buscar novas oportunidades no mercado de trabalho.
Cada baixa que acontece na equipe pode reverberar de diversas maneiras, sendo que a mais comum é a alta demanda de trabalho que surge repentinamente, já que até que outro trabalhador seja contratado, o trabalho é repassado para outras pessoas.
Além disso, até que um novo funcionário faça parte da equipe, seja treinado e consiga realizar entregas, demanda tempo. Até lá, a harmonia da equipe pode vir a ficar desestabilizada.
No caso do turnover contagiante também depende da pessoa que está saindo e qual o cargo que ela ocupa na empresa. Isso significa que caso um bom líder saia da empresa, as chances de membros da sua equipe saírem são maiores.
Sendo assim, é importante que a empresa busque manter essas pessoas na organização, pois elas funcionam como o comandante daquele navio, e caso ela venha a sair, os demais tripulantes podem pular fora também.
Outro caso diferente é quando um funcionário abertamente insatisfeito pede demissão e outras pessoas que trabalham no mesmo cargo ficam em estado de alerta.
Demissões, sejam as que partem do empregado ou do empregador, sempre movimentam a empresa, seja positiva ou negativamente, mas à parte disso, o ser humano é socialmente influenciável.
Consequentemente, mudanças no quadro organizacional sempre farão os funcionários se questionarem e reavaliarem sobre suas próprias posições na empresa e se é tempo de mudar também.
Ponto de vista: empregado x empregador
Não podemos negar que o volume de demissões aumentou significativamente nos últimos anos e principalmente após a pandemia, e como o movimento teve início com os funcionários, cada um teve um motivo particular que justifique a sua saída.
Para as empresas, restou observar essas movimentações em massa e agir com rapidez e sabedoria para evitar a perda de outros talentos.
Pois além de impactar na produtividade e clima, também impacta diretamente nos recursos gastos com essas demissões.
Por isso vimos acontecer a “grande reorganização”, em que os empregadores se estruturaram para as reinvindicações do mercado, mas ainda é possível notar que as demissões continuam acontecendo, independente disso.
Em um momento de grandes taxas de desemprego no país e no mundo, é de se espantar que os pedidos de demissões ainda estejam acontecendo com tanta frequência.
Portanto, é preciso fazer uma análise honesta da situação e tentar minimizar os impactos disso dentro da sua empresa, e um passo importante é a comunicação da organização com os trabalhadores.
Algumas empresas tendem a controlar quão informados os funcionários serão sobre assuntos internos, ainda mais tratando-se de casos de saída em massa de trabalhadores, como no turnover contagiante.
Isso porque existe o receio de que mais funcionários abracem o movimento e a empresa perca mais pessoas, e claro, talentos que são chave para a desenvolvimento tecnológico a inovação, além de terem grande importância para a empresa como um todo.
Em todo caso, é importante que a empresa seja franca com os funcionários quanto aos motivos das recentes perdas no quadro de trabalhadores, porque essa atitude pode minimizar perdas futuras.
Quando os funcionários entendem os motivos e sentem que não estão no escuro, não há margem para rumores e comunicação ruidosa.
Afinal de contas, quando não existe uma conversa franca, muita coisa pode ser passada de boca a boca e os verdadeiros motivos se perdem no meio do caminho.
Nessa relação trabalhista existem dois pontos de vista que devemos levar em consideração: do empregado e do empregador, pois um necessita do outro.
O funcionário não quer trabalhar em um lugar que não se sente realizado e a empresa não deseja um empregado que não esteja atingindo o esperado, por isso, existem alguns procedimentos para evitar o turnover contagiante. Saiba como!
Quais planos de ação adotar em caso de turnover contagiante?
Nem todo pedido de demissão é ocasionado por problemas que surgem dentro do ambiente de trabalho, então como falamos acima, o ideal é manter um canal de diálogo aberto e transparente com os funcionários.
No caso da saída de colegas de trabalho e nenhuma informação sobre o que os motivou, os rumores correm pelos corredores e nesse momento, é melhor que a empresa seja franca e tome o controle da situação.
A empresa não pode falar abertamente sobre os motivos da saída caso tenham sido de cunho pessoal, mas poderia informar aos trabalhadores que a demissão não tem relação com o local de trabalho, não dando margem para outros rumores.
Ao tomar o controle da narrativa sobre a saída de um empregado, os danos podem ser remediados e acompanhados de perto.
Além da comunicação aberta, reunimos abaixo algumas outras condutas para incorporar na empresa para prevenir o turnover contagiante:
1- Tenha uma rotina de feedbacks com os membros do time: Já falamos sobre a importância de manter feedbacks aqui nesse texto, além da comunicação franca com os funcionários, pois durante o feedback é possível criar um canal de confiança mútua acerca do trabalho e do dia a dia.
É com a aplicação constante de feedbacks que a relação entre empregado e empregador é fortalecida, possibilitando a correção de comportamentos e situações antes que virem problemas que terminem em turnover.
2- Ter um plano de desenvolvimento individual: Investir em um PDI auxilia o funcionário na sua trajetória profissional, aprimorando suas competências, habilidades e comportamentos.
Além disso, o PDI é um grande aliado do time de gestão de pessoas, que consegue acompanhar a trajetória dos funcionários, assim como suas metas e objetivos.
3- Liderança atualizada com o mercado: Um bom líder é capaz de cativar e reter funcionários na empresa, por isso, ter uma liderança atualizada com o mercado pode ser o ponto chave para a organização.
Além de treinamentos e cursos de aprimoramento, atualmente com o regime híbrido de trabalho, é preciso que as lideranças estejam preparadas para esse novo tipo de gerenciamento de time, chamada de e-leadership.
No mais, é possível contar também com avaliações de performance e pesquisas de clima que contribuirão para a melhoria do dia a dia dos funcionários, cultura organizacional e claro, redução de turnover.
Evite o turnover contagiante na sua empresa adotando um software cognitivo, capaz de te auxiliar com métricas e indicadores que criam alertas para esses e outros pontos de atenção.
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