Encontrar o equilíbrio entre autoestima e carreira é algo que todos nós desejamos, afinal, uma pode influenciar a outra, o que vai refletir na nossa motivação, nosso bem-estar mental e nossa qualidade de vida em geral.
No entanto, também é preciso entender o que é uma “autoestima saudável”, porque às vezes acreditamos que ela seja alta, quando na realidade é preciso dar atenção para alguns pontos, pois muitas vezes o conceito dela é interpretado apenas por um ponto de vista, como veremos adiante.
Também existe o lado de que quando a autoestima é exageradamente alta, pode ser algo problemático, ainda mais se tratando dela dentro do ambiente profissional.
Embora saibamos que autoestima muito baixa também causa contratempos na vida profissional e pessoal, sendo assim, é fundamental encontrar um meio termo para garantir o seu bem-estar.
Compreender melhor qual é o seu nível de autoestima pode te ajudar a encontrar o equilíbrio certo para você. E um dos fatores que afetam a autoestima é o equilíbrio entre vida profissional e vida pessoal. Quanto maior o equilíbrio, melhor a condição da autoestima.
1. Autoestima e carreira: qual a relação?
Autoestima: o que vem à sua mente diante dessa palavra? Para a maior parte das pessoas há um vínculo imediato com a aparência. No entanto, a autoestima não é sobre a casca, é sobre a semente. É a base da saúde emocional que sustenta a capacidade de se expressar com clareza, ser autêntica, lidar bem com adversidades e ter o tão sonhado equilíbrio entre vida pessoal e profissional.
A redução do tema à aparência é um problema que precisa ser resolvido. Só assim as empresas terão sucesso em seus esforços para que mais mulheres alcançem a posição de liderança.
A falta de conhecimento técnico sobre o que é e como se desenvolve a autoestima feminina é um dos grandes sabotadores da ascensão profissional de talentos femininos.
Enquanto as pessoas associarem autoestima à aparência, muitas mulheres seguirão sem perceber o próprio valor: o quão brilhante e capazes elas são ao se dedicarem ao trabalho, aos filhos, à família, à organização financeira, aos hobbies e aos afazeres da casa.
Sem a semente da saúde emocional cultivada, sentimentos como cobrança, frustração e culpa acabam ganhando espaço. E é aí que a autoconfiança vai se perdendo gradativamente — e, com ela, a própria autoestima.
Por isso devemos agir sempre de modo a fomentar a construção de uma autoestima feminina sólida e saudável. Independentemente do seu gênero: isso é trabalho de todos, sobretudo em termos institucionais.
Desnível entre gêneros
As organizações atuais devem se atentar às questões femininas porque, infelizmente, as condições entre homens e mulheres no mercado ainda são muito desiguais. Como mostrado pela CNN, as mulheres ganham cerca de 77% do salário dos homens, segundo dados do IBGE.
Embora o tema da desigualdade não seja o foco deste texto, é sempre importante saber que essa é uma batalha de todos. Assim como o desequilíbrio entre vida profissional e pessoal, isso tem impacto direto na construção da autoestima feminina.
2. Como construir uma boa autoestima?
O primeiro passo na construção de autoestima é conhecer e estabelecer metas a partir de sete dimensões:
- Autocuidado: nutrição de qualidade não apenas para o corpo, mas também para mente e emoções
- Aceitação: compreensão sobre as próprias limitações e aceitação de que perfeição não existe
- Assertividade: honestidade em relação às próprias necessidades e vontades, capacidade de defender suas convicções e viver segundo seus critérios
- Capacidade de resposta: não apontar culpados e sim assumir o leme da própria história e agir diante do que está posto
- Consciência: clareza sobre quem sou, quem desejo ser, o que me impede de chegar lá e o que preciso fazer para alcançar meus objetivos
- Integridade: alinhamento entre a teoria e a prática, ter coerência entre o que se posta nas redes sociais e o que se vive
- Propósito: buscar o sentido de cada ação e ter um norte claro, ter um projeto de vida e não um ‘projeto verão’.
Após analisar essas sete dimensões, fica mais fácil perceber que a autoestima é muito mais que aparência! É a reputação de cada pessoa com si mesma e algo que se desenvolve a partir da compreensão de suas dimensões e ações alinhadas com seus objetivos.
Este é um ponto essencial: a autoestima se desenvolve na prática, com atitudes e ferramentas mensuráveis.
3. Qual o papel das organizações na construção da autoestima feminina?
No âmbito profissional, é essencial que as empresas ajudem suas funcionárias nesse processo. Seja a partir de conversas e seminários de conscientização ou campanhas, é importante que a valorização das funcionárias na empresa seja estimulada, principalmente nas áreas mais deficientes.
Voltando ao assunto mencionado anteriormente, o monitoramento da média salarial entre homens e mulheres pode ser um bom indicador para equidade de gênero. Mulheres exercendo os mesmos cargos de homens devem ter salários equivalentes.
Pode-se também pensar na criação de um manual com instruções e ações a serem adotadas caso sejam identificadas situações de preconceito ou assédio. É uma forma de conscientizar os funcionários e tornar o ambiente de trabalho mais acolhedor e seguro.
Além disso, oferecer benefícios adicionais para mães e pais, além da licença maternidade e paternidade, como licenças estendidas e auxílio-creche. E também conscientizar lideranças para que as funcionárias não tenham sua carreira subestimada por conta da maternidade. Todos esses são pontos fundamentais na construção de um ambiente em que as mulheres se sintam confortáveis.
É importante reiterar o discurso, porém as ações valem mais que palavras. Por isso, se faz essencial que as empresas tenham exemplos (e aqui não falamos de casos isolados, mas sim um padrão) de ascensão de mulheres, incluindo mães, dentro da empresa, mostrando que o gênero e a maternidade não são barreiras para o crescimento profissional.
Tornar a inclusão algo comum apoia a autoestima e a tomada de decisão dessas mulheres.
4. Desenvolvendo a autoestima dentro da empresa
Em apoio às ações, as empresas também podem ajudar suas funcionárias a encontrar o equilíbrio emocional entre o trabalho e a vida pessoal. A seguir, apresentamos quatro dicas de como desenvolver a autoestima em um processo saudável e que parte de si mesma.
Dica 1 – Revise sua rotina
Faça uma reflexão sobre os prós e contras de todos os âmbitos da sua vida, pessoal e profissional, e veja onde é possível fazer algumas alterações e melhorias.
Caso esteja em um ritmo frenético, mude sua rotina e defina prioridades. Junto com sua família, proponha mudanças que deverão acontecer na rotina de todos, veja o que é possível mudar em curto, médio e longo prazos e mantenha o foco nas decisões. A colaboração de todos nesse processo é fundamental.
Dica 2 – Compartilhe as responsabilidades
Quando se tem uma parceria sólida, dividir responsabilidades como a faxina da casa, a definição dos programas de lazer do fim de semana e as contas se torna um processo necessário e que ajuda todos os envolvidos. Decidam em conjunto quem deverá fazer o que e sigam o combinado.
Dessa forma, o tempo rende mais e o clima também fica mais agradável, favorecendo o crescimento pessoal e profissional de todos.
Dica 3 – Reserve tempo só para você
Assim como é importante se manter atualizada, procurar realizar novos cursos e conhecer novas coisas, também é preciso ter momentos de calma e introspecção para colocar a cabeça no lugar e organizar os pensamentos.
Ficar em paz e encontrar a tranquilidade, mesmo que seja em poucos minutos do dia, faz com que as ideias fiquem mais claras, evitando o estresse e até mesmo o descontrole ocasionados por preocupações que afetam a realidade.
Dica 4 – Tenha equilíbrio na sua rotina
Com uma rotina equilibrada entre a vida profissional e pessoal, a sua saúde ficará mais fortalecida e a convivência com a família e os colegas de trabalho fluirão de forma mais harmônica.
Para isso é necessário ter paciência consigo mesma, respeitar seu tempo, suas vontades, desejos e necessidades, compartilhando-as com as pessoas ao seu redor e com outras mulheres que passam pelas mesmas coisas que você.
Isso significa definir prioridades, e entender que você não conseguirá fazer tudo de uma vez. Em alguns momentos, você precisará abrir mão de um determinado curso para participar de outro ou para ter momentos de descanso, e não há escolha certa nem errada.
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