Pensar no crescimento da empresa significa investir no desenvolvimento de pessoas — já que o capital humano é o maior diferencial de cada organização.
A partir daí, surge um desafio comum: como combinar competências pessoais com necessidades técnicas, e ainda alinhar esse desempenho com a cultura interna?
A resposta está na habilidade de escolher bem as métricas de avaliação de desempenho. Esse esforço envolve analisar a realidade da empresa e ter uma visão clara de crescimento para saber o que esperar do time que vai te acompanhar.
Continue a leitura para ter insights práticos e dar seus primeiros passos para acertar na escolha desses critérios.
Por que usar indicadores na avaliação de desempenho?
Na gestão de pessoas, um dos desafios consiste em acompanhar como cada indivíduo se aprimora no ambiente profissional. Parte dessa análise envolve critérios mais subjetivos, especialmente quando falamos de comportamentos interpessoais.
O problema é que essa subjetividade, quando não bem estruturada, pode levar a avaliações injustas, baseadas apenas em impressões pessoais ou preferências individuais. E decisões assim não sustentam um plano de carreira sólido, nem promovem um ambiente justo para quem busca crescer.
Por isso, contar com indicadores de desempenho é fundamental. Eles ajudam a analisar a performance de forma mais objetiva, trazendo clareza e embasamento para as decisões do RH.
Com esses dados em mãos, fica mais fácil desenhar estratégias de desenvolvimento que considerem tanto competências técnicas quanto comportamentais, sem deixar de considerar as necessidades específicas para cada vaga, empresa e colaborador.
As 13 principais métricas de desempenho

Um bom plano de avaliação de performance começa com parâmetros que permitam entender onde o colaborador está hoje.
A partir dessa leitura do cenário atual, é possível traçar um plano de ação voltado para o desenvolvimento — o que pode levar, ao fim do processo, a uma promoção, uma mudança de equipe ou outro cenário de movimentação que faça sentido para a empresa e o colaborador.
A seguir, você confere alguns indicadores mensuráveis que contemplam aspectos técnicos e comportamentais, além de perguntas que ajudam a identificar quais métricas fazem mais sentido para cada situação.
Indicadores quantitativos
Aqui, entram critérios referentes a resultados específicos alcançados a partir do trabalho de um colaborador.
- Entregas por período: incluindo o volume de tarefas executadas, ou quantas metas foram alcançadas;
- Cumprimento de metas/KPIs individuais: quantos OKRs (Objective and Key Results) foram batidos a partir do planejamento inicial em um dado período?
- Nível de produtividade por projeto: produtividade é um critério relativo, mas poderia incluir o tempo de conclusão ou taxa de refação, por exemplo.
Indicadores qualitativos
Nesse contexto, estamos lidando com atributos comportamentais, ou soft skills. Como envolvem atitudes, posturas e interações, são mais difíceis de medir e exigem critérios bem definidos para evitar interpretações subjetivas.
Uma boa forma de tornar esses indicadores mais objetivos é sempre associá-los a exemplos concretos. Isso facilita tanto a avaliação quanto a comunicação dos resultados, deixando claro o que se espera em termos de comportamento.
- Colaboração com o time: projetos executados em um período que incluiu outros times (neste caso, valeria coletar o feedback dos pares que contribuíram diretamente com o funcionário em cada iniciativa);
- Proatividade: que tipo de atitude demonstrou que o colaborador solucionou problemas de maneira eficiente e de forma autônoma?
- Capacidade de resolver problemas: qual foi a postura do colaborador ao se deparar com um empecilho? Soube recorrer às pessoas certas para remover o bloqueio? Os processos utilizados demonstraram criatividade, ou conhecimento avançado das diretrizes da organização?
- Aderência aos valores internos: o colaborador tem atitudes coerentes com os princípios culturais da empresa? Quais atitudes incorporam esses valores? Se possível, vale também entender qual foi o resultado dessas posturas: um conflito foi solucionado? Um colega teve a chance de se desenvolver a partir de feedback? Os recursos internos da empresa foram otimizados graças ao uso de criatividade?
Indicadores de desenvolvimento
As atitudes no presente têm um peso importante no futuro profissional de cada colaborador, e os indicadores de evolução servem justamente para mostrar esse impacto ao longo do tempo.
- Evolução nas competências mapeadas: dentre as características mais fortes e com potencial de melhoria, quais foram priorizadas? O colaborador consegue demonstrar que investiu tempo para desenvolver seus pontos que podem trazer mais impacto para o time/empresa — sejam esses aspectos positivos ou negativos?
- Participação em treinamentos e aplicação no dia a dia: o colaborador aproveitou oportunidades (disponibilizadas ou não pela empresa) para melhorar suas competências técnicas ou comportamentais? Medir esse índice pode também ser positivo para os times responsáveis por Learning & Development, já que também demonstram a aderência interna às iniciativas da equipe.
- Progresso no plano de desenvolvimento individual (PDI): quais pontos contemplados no PDI foram atingidos? O limite de tempo foi respeitado? As competências mais relevantes foram priorizadas? Todas essas perguntas ajudam a mensurar o esforço do colaborador em buscar desenvolvimento dentro do PDI formatado junto com sua liderança.

Indicadores de engajamento e satisfação
A medição individual desses indicadores pode ser mais desafiadora, especialmente quando feita por meio de pesquisas anônimas — o que é comum nesse tipo de avaliação.
Ainda assim, os resultados refletem o nível de pertencimento do grupo analisado, seja uma equipe específica ou a empresa como um todo.
Esses dados podem apontar sinais de possíveis desligamentos ou indicar a necessidade de ações para fortalecer o engajamento interno.
- Resultados da pesquisa de clima: o clima organizacional é composto de diferentes aspectos, incluindo comunicação, liderança, cultura e políticas internas.
- NPS interno: a medição do eNPS indica a probabilidade de indicar a empresa ou o time como um bom lugar para trabalhar. Resultados abaixo do ideal são indicadores que boa parte da equipe não tem uma experiência de trabalho positiva, e cabe investigação a partir disso.
- Presença em rituais da empresa: neste índice, é mais possível medir a participação de funcionários. A participação constante em ocasiões voltadas para desenvolvimento (1:1s, reuniões de time, feedbacks contínuos) é indicativo do seu compromisso com o time/empresa, o que pode significar nível alto de engajamento e satisfação.

Como escolher os indicadores certos para sua empresa?
As métricas de performance vão muito além dos exemplos citados até aqui. O mais importante, na hora de definir quais usar, é garantir que façam sentido para a realidade da sua empresa.
Para isso, leve em conta os seguintes pontos:
Maturidade da organização
Não faz sentido definir métricas de avaliação de desempenho se a empresa nem sabe o caminho de crescimento da equipe.
Organizações em estágios iniciais, sem planos de carreira determinados, provavelmente se beneficiam mais em mapear a performance da empresa como um todo, garantindo que KPIs como metas de vendas ou retenção de clientes sejam alcançadas.
Relevância das métricas
Pode ser tentador escolher vários índices de performance. No entanto, vale mais a pena investir recursos de tempo e financeiros nos parâmetros que mais importam para a realidade imediata da empresa.
Exemplo: uma equipe enxuta, em uma empresa sem planos de carreira totalmente definidos. Pode-se medir a quantidade e qualidade de tarefas realizadas, porque essa é uma mensuração objetiva que indica a produtividade do funcionário.
Valores culturais
Adequar os indicadores de desempenho à cultura empresarial é outra boa aposta. Isso garante que a equipe combine competências técnicas e subjetivas para crescer junto da organização.
Se a sua empresa prioriza crescimento, por exemplo, mapear índices que demonstrem participação em treinamentos e qualificação faz sentido. Se performance e qualidade são critérios prioritários nos princípios empresariais, acompanhar a taxa de refação ou NPS de clientes pode ser mais proveitoso.
Modelo de gestão
Cada estilo de liderança carrega diferentes aspectos dentro da gestão de pessoas. Nos casos de times com liderança autocrática, por exemplo, a prática de feedbacks e proatividade podem não ser índices relevantes.
Porém, equipes baseadas em liderança democrática se beneficiam em acompanhar essas métricas, que correspondem à prática valorizadas dentro desse tipo de equipe.
Ferramentas e práticas para aplicar indicadores de desempenho
Uma vez definidos os indicadores de desempenho mais relevantes para a sua empresa, o próximo passo é garantir que eles sejam aplicados de forma eficaz e contínua.
Para isso, a escolha dos recursos certos faz toda a diferença na qualidade do processo de avaliação.
A seguir, veja algumas abordagens para operacionalizar essas métricas.
Avaliações 90°, 180° e 360°
Cada uma dessas metodologias representa diferentes níveis de abrangência na coleta de feedback.
A avaliação 90° parte apenas da liderança direta. A 180° envolve também a autoavaliação do colaborador. Já a avaliação 360° coleta percepções de diferentes fontes: pares, subordinados, gestores e até clientes internos.
Essa última oferece uma visão mais ampla e menos enviesada do desempenho, e é útil para mensurar competências comportamentais.
Sistemas de gestão de desempenho
Contar com uma plataforma dedicada (como o Drive, da Mindsight) simplifica o acompanhamento de metas, o registro de feedbacks e a organização de ciclos de avaliação.
Ele ajuda a centralizar informações relevantes, automatizar etapas do processo e garantir a rastreabilidade das ações.
Em empresas que ainda não estejam prontas para esse nível de detalhamento nas avaliações de desempenho, questionários e planilhas bem estruturadas podem cumprir essa função — mas tendem a se tornar pouco viáveis à medida que o time cresce.

Reuniões de calibração entre gestores
Um ponto crítico para garantir a justiça do processo é promover encontros entre lideranças para alinhar critérios de avaliação.
Nessas reuniões, gestores compartilham suas percepções sobre os colaboradores, comparam suas performances, e buscam consenso sobre quais são relevantes para avaliar o desempenho.
Isso ajuda a reduzir vieses individuais e padronizar o entendimento sobre o que cada critério de desempenho significa, garantindo uma avaliação equilibrada para todos da empresa.
Clareza na comunicação dos critérios
Não basta aplicar as ferramentas corretas sem que os colaboradores saibam exatamente quais serão os critérios avaliados.
Os parâmetros de avaliação devem ser justos (como indicado acima) e relevantes conforme o negócio e valores culturais.
A comunicação transparente desde o início do ciclo de avaliação evita surpresas, aumenta o senso de justiça e engaja as pessoas no próprio processo de desenvolvimento.
Erros comuns na avaliação de desempenho com indicadores
Métricas irrelevantes
Como mencionamos, os parâmetros de performance precisam estar alinhados à realidade de cada organização, considerando sua cultura, o nível de maturidade e o perfil de liderança.
Volume inadequado de dados
Escolher bem os critérios de avaliação também significa poupar tempo de gestores e do RH em avaliar os indicadores.
Avaliar índices que não trazem valor para a realidade da equipe significa grande volume de trabalho sem retorno direto.
Gestores não capacitados
O processo de avaliação de desempenho não termina com a coleta das respostas. As lideranças responsáveis precisam ser qualificadas para transformar dados em insights, e, posteriormente, em planos de ação para colocar as mudanças em prática.
Falta de continuidade e aplicação dos resultados
Se o funcionário investe tempo para preencher pesquisas de clima ou eNPS, precisa receber algum retorno.
Quando a empresa não transforma os dados coletados em ações efetivas, a consequência é perda de confiança dos funcionários no processo e a falta de engajamento em ações internas futuras.
Erros de interpretação dos dados
As respostas coletadas precisam ser combinadas com outros fatores. Caso contrário, a análise pode ficar rasa e as mudanças esperadas podem ser mal planejadas.
Por exemplo: a participação ativa em rituais internos não é sinônimo imediato de engajamento ou satisfação. Esse índice deve ser combinado a outros para avaliar a performance do funcionário.
Métricas com propósito
Se uma empresa decide investir em analisar performance e planejar o desenvolvimento da equipe, esse compromisso precisa ser mais do que meramente a necessidade de seguir práticas de empresas referências.
Os critérios de avaliação precisam ser adequados ao momento atual da empresa, e ajudar a evoluir a equipe para o próximo patamar de crescimento.
Ao escolher as métricas de avaliação de desempenho alinhadas à cultura e ao plano de crescimento da empresa, as pessoas passam a trabalhar com propósito, senso de desenvolvimento, e o RH pode focar seus esforços de forma estratégica, sendo um braço de negócios relevante para o sucesso da empresa.
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